quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Mulher entre salamandras

Ninho,
peças dispostas
à gravura do campanário,
novelando-se
reptilianas omoplatas,
espáduas de bronze
retorcido, porta-seios
de medonhas ferragens,
sustendo-se nas tranças
trêmulas da tarântula,
os olhos da moça,
seu corpo entre corolas
de pus e lama, maciez
de pelos subsolos,
por dentro
de suas carnes tépidas,
catástrofes e torrentes
gangrenadas, não cessam,
por sobre pedras e músculos
coagulavam algumas feridas,
rabiscos não se gravam em
fogo brando, necessário é
a pira de todas as imensidões
ardendo abóbadas, necessário
é a música das brasas,
necessárias salamandras,
iletradas, mordendo teus nervos,
fazendo círculos na tua nudez.
À roda o mundo, contudo ressonas. 


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