sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Tumbeiros

I
As horas se dissolverão
depois da linha do equador.
Num desvão soturno
olhos velam a espera.

II
A carne cala o corte.
Tantas mãos afagando
navalhas, no porão,
antes da âncora e do archote.

III
Indiferente ao traçado
de paralelos e meridianos
sobre a carta. O corpo singra
e sonha o dia da cova exata.

IV
Acender-se dói.
E eles com a treva costurada
ao corpo tendo que descoser-se
ao sol cru do porto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário